Obras fazem parte da Coleção Cinema Brasileiro Contemporâneo, da Ancine, e serão exibidas em todo o mês de março
Em março, o Sesc Niterói apresenta filmes brasileiros dirigidos por cineastas de grande destaque, mas que ainda permanecem pouco conhecidos pelo grande público. São obras de Suzana Amaral, Walter Carvalho, Júlio Bressane, Lucia Murat e Lúcio Kodato e Murilo Salles. O público terá mais uma chance para assistir filmes que fizeram grande sucesso de crítica, como “A Erva do Rato”, “Hotel Atlântico”, “Budapeste” e “Maré, nossa história de amor”. A entrada é franca.
Já no Sesc São Gonçalo, uma seleção de documentários que têm como ponto de convergência a música dá o tom da programação audiovisual no mês de março. Os filmes “Tropicália” e “Uma noite em 67” mostram o impacto de grandes movimentos musicais e músicos influentes.
SESC NITEROI
- 08/03. 16h – Hotel Atlântico.
- 17/03. 14h – Maré, nossa história de amor.
- 22/03. 16h – Budapeste.
- 29/03. 16h – A Erva do Rato.
SESC SÃO GONÇALO
- 14/03. 16h – Tropicália
- 21/03. 16h – Uma noite em 6
No primeiro semestre de 2018, a programação audiovisual do Sesc RJ investe na difusão do cinema nacional com a exibição de filmes que fazem parte da Coleção Cinema Brasileiro Contemporâneo, editada pela Ancine. Serão seis recortes curatoriais, que agrupam os filmes por afinidades estéticas ou temáticas que apresentam ao público um panorama diversificado da produção cinematográfica nacional.
Filmes
Tropicália
Dir. Marcelo Machado | 87’ | 2012 | 12 ANOS | DOC
Uma análise sobre o importante movimento musical homônimo, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil no final dos anos 1960. O documentário resgata uma fase na história do Brasil em que cena musical fervilhava e os festivais revelavam vários novos talentos. Ao mesmo tempo, o Brasil sofria com a ditadura dos generais no poder, o que fez com que Caetano e Gil fossem exilados do país.
Uma noite em 67
Dir. Ricardo Calil e Renato Terra | 85’ | 2010 | LIVRE | DOC
Final do III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, 21 de outubro de 1967. Entre os candidatos aos principais prêmios figuravam Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Mutantes, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sérgio Ricardo, protagonista da célebre quebra da viola no palco. Com imagens de arquivo e apresentações de músicas hoje clássicas, o filme registra o momento do tropicalismo, os rachas artísticos e políticos na época da ditadura e a consagração de nomes que se tornaram ídolos.
Em “Hotel Atlântico” (Suzana Amaral | 110’ | 2009 | 14 anos | FIC), Alberto (Júlio Andrade) é um ator desempregado, que vive no Hotel Atlântico. Um dia, após ver o IML retirar um cadáver do hotel, ele decide iniciar uma jornada. Durante a viagem de ônibus ele conhece uma polonesa (Lorena Lobato) e, ao chegar, recebe abrigo de um sacristão (Gero Camilo). Depois de sofrer um acidente e ser levado a um hospital, ele conhece o enfermeiro Sebastião (João Miguel) e Diana (Mariana Ximenes), a filha do médico que o atende. Os dois provocam grandes mudanças em sua vida.
“Maré, nossa história de amor” (Lucia Murat e Lúcio Kodato | 105’ | 2008 | 16 anos | FIC), é ambientado na favela da Maré, no Rio de Janeiro, dividida pela briga pelo poder no tráfico de drogas. Analídia (Cristina Lago) é a filha de um dos chefes, que está atualmente preso. Jonatha (Vinícius D’Black) é o MC da comunidade e também irmão de Dudu (Babu Santana), que disputa o poder com o pai de Analídia. O sonho de Jonatha é gravar um CD, mas ele reluta em aceitar a proposta de Dudu para financiar sua produção, já que o dinheiro viria do tráfico. Jonatha e Analídia vivem em famílias rivais e se apaixonam ao se conheceram no grupo de dança da comunidade, coordenado por Fernanda (Marisa Orth).
Baseado no livro homônimo de Chico Buarque, o filme “Budapeste” (Walter Carvalho | 113’ | 2009 | 16 anos | FIC) conta a história de José Costa (Leonardo Medeiros), um bem sucedido ghost writer. Ao retornar do Congresso de Escritores Anônimos, em Istambul, uma ameaça de bomba faz com que seu vôo aterrisse em Budapeste, na Hungria. Ao chegar, o escritor se apaixona pelo idioma local. Já de
volta ao Rio ele reencontra Vanda (Giovanna Antonelli), sua esposa, e o filho.
Entretanto sua vida torna-se cada vez mais infeliz, o que faz com que comece a murmurar em húngaro enquanto dorme. Para salvar o casamento Costa passa a escrever autobiografias, numa tentativa de que a vida de outras pessoas o salve do tédio que sente. Seu maior sucesso comercial é “O Ginógrafo”, que conta as aventuras amorosas de um alemão, Kaspar Krabbe (Antonie Kamerling), no Brasil. Só que Vanda se apaixona por Krabbe, acreditando ser ele o autor do livro, o que faz com que Costa sinta-se traído e ressentido com o trabalho que exerce.
Já em “A Erva do Rato” (Júlio Bressane | 80’ | 2009 | 16 anos | FIC), após se conhecerem em um cemitério a beira-mar, um homem (Selton Mello) propõe a uma mulher (Alessandra Negrini) que cuide dela. Ela aceita a oferta, o que faz com que morem juntos. Durante um longo tempo ele conta histórias sobre a geografia do Rio de Janeiro, os venenos preparados pelos índios e a mitologia grega. Até que, notando o cansaço dela, ele decide comprar uma câmera fotográfica. Ela logo se torna sua musa, sendo o foco principal de todas as suas fotos. Quando descobre que um rato está roendo as fotografias tiradas, ele espalha pela casa diversas ratoeiras. Mas aos poucos descobre que o animal não é tão indesejado assim.
Audiovisual no Sesc RJ Desde 2016, o Sesc RJ tem diversificado sua programação cinematográfica, propondo um circuito paralelo de exibição de filmes com pouca penetração nas salas de cinema. Com uma grade regular adequada ao perfil de cada unidade, a programação é composta por filmes com algum diferencial estético ou narrativo, que visam ampliar o imaginário audiovisual do público.